domingo, 5 de agosto de 2012

CONHEÇA MELHOR A IMUNODEFICIÊNCIA PRIMÁRIA

As imunodeficiências primárias – também denominadas imunodeficiências congênitas – consistem em desordens imunológicas heterogêneas, capazes de acometer a imunidade adaptativa – resposta imune celular e humoral – e a imunidade inata – mecanismos inespecíficos de resposta, mediados por barreiras epiteliais, proteínas do sistema complemento e células (p. ex.: NK = natural killers), dentre outros.

A maioria das imunodeficiências primárias pode estar relacionada a anormalidades genéticas que se manifestam nos primeiros anos de vida. Na infância estas desordens se caracterizam por longos períodos de infecções, com múltiplas reincidências de processos infecciosos desencadeados por micro-organismos resistentes a antibióticos. As doenças por imunodeficiências podem ter amplo espectro clínico, desde quadros leves – detectadas na vida adulta – até situações fatais. 

As manifestações incluem erupções cutâneas, entre outros associados ao desenvolvimento de anomalias de face, sistema esquelético, cardíaco e despigmentação. Observa-se que pacientes com deficiência de produção de anticorpos podem apresentar uma maior predisposição a infecções do trato respiratório – causadas por bactérias encapsuladas – e enteroviroses, enquanto aqueles que apresentam deficiências celulares são predominantemente suscetíveis a infecções por organismos intracelulares. Já os indivíduos que possuem deficiência fagocítica são predispostos a infecções por bactérias, fungos e parasitas e os que apresentam deficiências do complemento possuem suscetibilidade a infecções causadas por bactérias extracelulares.

Medidas terapêuticas poderão ser implementadas de acordo com o tipo de doença do indivíduo. O transplante de células-tronco é uma estratégia de tratamento escolhida para muitas desordens congênitas, mas esta medida está associada a sérias complicações, principalmente nos casos utilizando HLA não idêntico ao do doador. Neste sentido, melhorar o prognóstico pós-transplante – o que passa pela obtenção da estabilidade de células precursoras dos doadores, mesmo que modificações genéticas devam ser implementadas – permanece como grande desafio para os pesquisadores.

Com base nestas ponderações, o objetivo do presente artigo é apresentar os aspectos mais significativos das principais imunodeficiências primárias 
_ Imunodeficiência combinada grave (SCID), _ Agamaglobulinemia ligada ao X (ou doença de Bruton ou agamaglobulinemia de Bruton), _ Síndrome Di George, _ Síndrome Hiper-Ig M ligada ao X, deficiência de MHC II, _ Defeitos na adesão e migração leucocitária, _ Síndrome de Wiskott-Aldrich, _ Síndrome de Hiper Ig-E, _ Ataxia-telangiectasia, _ Hipogamaglobulinemia transitória da infância, _ Doença granulomatosa crônica, _ Imunodeficiência variável comum,  _ Candidíase mucocutanêa crônica.